segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Partiu o "Mestre da alma feminina", segundo o Correio da Manhã de hoje.

Alçada Baptista. Escritor, editor, jornalista,... humanista, "Um indisciplinador da alma q contribuiu para a consciencialização de muitos cidadãos.", disse hoje Vasco Graça Moura.

Conhecemo-nos pessoalmente em 1977.Escrevi-lhe uma carta após ter lido a sua Peregrinação Interior.Fiquei mt admirado:telefonou-me!!

Recebeu-me na sua casa. Leu-me um pouco dum poema de Fernando Pessoa como resposta às dúvidas dos meus 17 aninhos:

" O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não se interroga nem se espanta...
"

Alberto Caeiro

E recomendou-me o livro q marcou a minha juventude e q li duma assentada só na Nazaré em plenas férias de Verão: O Fio da Navalha, de W. Somerset Maugham.

Disse-nos tb um poema de Ruy Belo num documentário filmado q realizámos sobre a vida do poeta riomaiorense.

Mto obrigado amigo!

"Não sei andar a cavalo - nem numa ideologia, nem num poder, nem num cavalo propriamente dito - nem sou capaz de dizer lugares-comuns às multidões..."

(in Peregrinação Interior II - O Anjo da Esperança).


"Gostaria de viver numa comunidade onde em grande espírito de verdade, simplicidade, liberdade e amor, fosse capaz de pôr em comum e participar de interrogações e experiências, no diálogo com o mistério que é o estofo do homem, do mundo e de Deus.

Como já nada disso posso fazer, que outros o façam sem receio da sua loucura. Infelizmente continuaremos bastantes no mundo dos normais, a aumentar o produto nacional bruto, a poluir o ar que respiramos, a destruir as florestas, as flores e os frutos dos campos, a matar as aves do céu e os bichos da terra.

A tirar o lugar aos rebanhos, a abafar o chão com a morte do asfalto, a sujar os rios e os mares, a descobrir a super-bomba de hidrogénio, a aperfeiçoar as câmaras de gás, a fazer as guerras, a ir à missa ao domingo, a fazer os pobres e a dar-lhes esmola.


A aceitar letras a reformar no último dia, a viver na angústia e a morrer na solidão. E talvez a tudo isso eu um dia me habitue, e esse será o dia da minha morte verdadeira." .

(in Peregrinação Interior, Moraes Editores, 1971)

4 comentários:

Shiné disse...

Gostei muito deste post. Os nossos livros perferidos são sempre boas sugestões.

Espero ter oportunidade de ler estes em breve.

Obrigada!

Um bj

Telma :)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

fife25800

carolina disse...

Gostei bastante do texto.
Deixo uma sugestão de um blog que encontrei sobre “o que é o decrescimento?”. Vão lá dar uma espreitadela. www.odecrescimento.blogspot.com

Bjs
Carolina